sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

POTENCIAIS HIDROELÉTRICOS

Sem dúvida os potenciais hidroelétricos constituem a melhor fonte de energia para todos os fins, mas em todo o mundo os recursos potenciais são extremamente limitados devido à quase total utilização. Passaram pelo processo de seleção natural e hoje constituem raridade, encontradas somente em países pobres. No Brasil os últimos potenciais se encontram na planície Amazônica, onde os potenciais são relativamente abundantes, mas de baixa qualidade devido a pouca eficácia do campo gravitacional.
O combustível fóssil é o responsável por 92% do consumo dos países industrializados. Em menor escala os países em desenvolvimento dependem do petróleo e carvão mineral no transporte e produção de alimentos em cerca de 50%.
Como fomos chegar a essa situação de extrema dependência de uma fonte única de energia? No caso do Brasil a dependência dos potenciais hidráulicos — como única fonte de suprimento de energia por longo período — pode levar a muitos inconvenientes, devido às restrições econômicas e ambientais da exploração dos recursos da Amazônia.
Não é nenhuma fatalidade histórica essa dependência porque estes fatos já aconteceram antes. Em pouco mais do que 50 anos — depois da descoberta da eletricidade — quase todos os potenciais hidroelétricos no mundo todo foram utilizados, em razão da sua evidente economicidade. No Brasil não foi diferente. Depois de selecionados os melhores potenciais as possibilidades são remotas. Os potenciais da Bacia Amazônica, vistos como promissores, devem ser analisados com cautela, pois são potenciais de baixas quedas e grandes vazões, situadas em planície de baixa altitude, ambientalmente impróprios e com os altos custos inerentes, em tudo semelhante àqueles de Jupiá e jusante, no Rio Paraná.
E agora, pegos de surpresa, chegamos à condição de objeto de profecias ameaçadoras sobre “o fim do petróleo”, “o fim da água”, “o fim da terra”, “o fim da história”, e culpados pelo pecado original de sujeitos causadores destas catástrofes. Não há nenhuma razão para nos sentirmos culpados de ter esgotado praticamente todas as reservas florestais, potenciais hidroelétricos e petróleo, pois na época em que as ações predatórias aconteceram não havia a consciência clara das conseqüências dessas ações para o meio ambiente. A figura do desbravador era até incensada, como promotor do progresso. Não podemos esquecer, entretanto, que foi a utilização destes recursos, aliado às novas técnicas, que permitiu a revolução verde que salvou da morte populações da China e Índia.

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