sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

A FORÇA DOS PRINCÍPIOS

HUGO SIQUEIRA

O conceito chave da eficiência está relacionado com a velocidade: por serem velozes são econômicas, tal qual a moderna turbina de avião. Aos atuais preços do petróleo de 50 Centavos de Dólar o litro e taxa de juros de 12% ao ano, praticado pelo mercado, já são possíveis térmicas mais baratas, em todo o sentido, em relação às volumosas e lentas usinas hidroelétricas da Amazônia.
Um sistema elétrico não pode permanecer indefinidamente sem graves inconvenientes.
Como, fatalmente toda energia do futuro passará pela queima de algum combustível, este fato não representa desvantagem para os países em desenvolvimento, ao contrário dos países industrializados que recorrerão à energia nuclear, mais dispendiosa, para obterem energia de aquecimento. Quando houver predominância de térmicas nos países em desenvolvimento, hidroelétricas poderão afinal ficar livres do “critério de risco”, utilizado pelos planejadores na década de 50: as novas usinas hidroelétricas da Amazônia não precisarão estar condicionadas ao atendimento da carga em qualquer circunstância, como antes, quando o sistema foi exclusivamente hidroelétrico. Estas, bem como as atuais hidroelétricas, não serão mais responsáveis pelo atendimento das solicitações instantâneas da carga, que passará a ser suprida ocasionalmente pelas termoelétricas (de custo fixo mais baixo) que serão maioria. Tambem funcionarão a plena potência em todas as condições de vazão, a qual não precisa ser garantida. A “energia garantida” não precisará ser aquela do “Período Crítico”, mas a máxima que as hidroelétricas puderem produzir, em qualquer condição de vazão, limitada apenas à potência instalada de cada usina. Mesmo que não exista carga, esta poderá ser criada artificialmente para a produção sazonal, a baixo custo, de comodities metálicas de alto valor agregado, intensivas em energia elétrica (eletrólise a quente) ou mesmo ser armazenada em baterias para acionamento de carros elétricos ou na produção de hidrogênio e ar comprimido para acionamento de automóveis.
Termoelétricas permitirão reparar, de certa forma, o erro de perpetuar um sistema baseado em fonte única. As hidroelétricas atuais ficariam liberadas do “critério de risco” nos períodos prolongados de seca. É mais razoável economicamente correr risco com termoelétricas nestes períodos por terem custo de capital menor e, portanto, mais aptas para permanecerem ociosas em períodos chuvosos.

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